Franz Ferdinand no Brasil: “It’s Hot!”

Como começar a escrever sobre esta que foi uma das melhores experiências da minha vida? Uma tarefa bem difícil, podem ter certeza.

Quem me conhece sabe que eu estava caningando* todo mundo pra ir para o show do Franz Ferdinand há um tempão, desde que eles disseram que voltariam no VMB do ano passado, pra ser mais exata. O grande problema é que somos um grupo de pessoas que mora em uma província chamada Natal e nem em sonho eles viriam pra esses lados, né? O jeito era juntar muito dinheiro pra tentar ir pro Sul do país tentar ver, nem que fosse de longe mesmo, essa banda maravilhosa.

Mas como juntar moedas sem ter estágio/trabalho/fonte de renda?

As coisas foram aparecendo, aos poucos, mas veio o Carnaval e a galera gastou o dinheiro todo em Olinda/Recife, inclusive eu. Felizmente, pra mim, recebi uma bolsa da UFRN, meu pai liberou as milhas que ele tinha e minha amiga Ju conseguiu a casa dos tios lá em Brasília. Saldo de gastos para mim: R$80,00 do ingresso e R$ 20,00 de comida, o resto (não chegou nem a R$100,00) gastei em algumas poucas lembrancinhas, como esta aí de baixo.

Mas nada disso vem ao caso, não é mesmo? Vamos ao show em si. Como vocês já sabem, fui ao show do Franz Ferdinand em Brasília que aconteceu domingo, dia 21 de março, no Marina Hall. Ô lugarzinho quente! Tanto que os caras da banda estavam completamente encharcados de suor e para diminuir um pouco o sofrimento, colocaram uns ventiladores perto deles, mas acho que não surtiu efeito. Tanto que várias vezes eles comentaram o quanto ali estava quente, mas sempre com um ótimo humor e uma simpatia incrível.

Quanto a mim e Juliana, única do grupo que foi para essa mini-aventura**, suamos horrores. Ela quase passou mal. Para mim, a emoção era tanta, era algo tão surreal, que nem estava sentindo o calor. Surreal porque jamais pensei que daria certo sair de Natal pra Brasília para ir ver o show. Mas realmente eu estava ali, a poucos metros de Alex Kapranos, Bob Hardy, Nick McCarthy e Paul Thomson! Inacreditável.

O dia 21 foi recheado de momentos de bastante ansiedade pra mim. Não sei nem explicar como foi que minhas unhas resistiram, mas elas estão inteiras. Às 13h fomos trocar o voucher pelo ingresso e já havia alguns adolescentes aguardando o início do show. Me assustou um pouquinho a quantidade de adolescentes no show, mas tudo bem.

Chegamos ao local do evento pouco depois das 19h e já tinha um bocadinho de gente, menos do que eu esperava. Às 20h a banda brasiliense The Pro começou o show de abertura, mas eu só pensava na hora em que os quatro integrantes do Franz iriam entrar. A banda até que é legal. O vocalista era a cara do Alex Kapranos, será que era um critério? (rsrsrs) Brincadeirinha. Os fãs votaram no The Pro e conseguiram fazer com que eles abrissem o show do Franz.

Após 25 minutos de apresentação começou a longa espera por Kapranos, Hardy, McCarthy e Thomson. Toda vida que um dos integrantes do staff da banda subia ao palco para afinar um instrumento, a galera morria do coração. Não vou mentir que após quase uma hora de espera eu estava na mesma situação.

Exatamente às 21h25 o show mais esperado do ano, pelo menos pra mim, teve início e eu fui à loucura. Tinha que filmar, tirar fotos e curtir a noite. Consegui e só posso dizer que este foi o melhor show da minha vida!!! Ao começar, o local já estava superlotado e o calor começou a apertar, mas whatever.

Pensei que iria ficar lá atrás, afinal não tinha a pretensão/condição de chegar cedo pra ficar em fila. A idade não permite essas estripulias (rsrsrsrsr). Mas para a minha surpresa eu fiquei tão na frente que só tinha três pessoas me separando da grade de proteção. Fiquei bem na diagonal, mas mesmo assim foi perfeito! O Nick ia sempre falar com a gente lá do lado. Ele é super simpático! Mais um ponto para a banda que tocou durante 1hora e 45 minutos praticamente sem parar e com um pique incrível!

Entre umas músicas e outras o Alex Kapranos sempre falava com o público. Interagia tanto em português quanto em inglês e daí surgiu uma dúvida: porque a galera vai ao delírio quando um artista estrangeiro fala um simples “Boa Noite” em português? Enfim, nada demais, apenas uma curiosidade que tenho.

As músicas tocadas no show vocês podem conferir clicando aqui (elas estão sendo upadas neste exato momento, pode ser que agora não estejam todas, ok?). São trechos bem curtinhos, não gravei tudo, porque, afinal de contas, eu estava lá para curtir o show da minha vida, né? Logo abaixo a música de abertura pra vocês.






Uma coisa é certa, se eu tivesse muito dinheiro iria amanhã pra SP ver mais um show do Franz, mas como a vida não é perfeita, já estou de volta à Natal, minha província querida (apesar de tudo, não, não é sarcasmo).

A minha maior tristeza foi ter esquecido em Natal a minha filmadora pra ter guardado imagens melhores do show, mas é a vida...


Para ver a galeria de fotos é só clicar na que está aí embaixo que vocês serão encaminhados para outras fotichxas!

Se você foi a algum show, espetáculo, festa, ou o que for e quiser compartilhar sua experiência, mande-nos um e-mail que faremos o possível para publicar seu relato, ok? Nosso e-mail: naoehumblog@gmail.com

Escrito por Myrianna Coeli

*Caningando vem do verbo Caningar, muito utilizado aqui em Natal para se referir a ação de aperrear, de atormentar. Deu pra entender?


** Em breve, neste site, vocês poderão ver o ensaio fotográfico de Juliana Bulhões sobre a cidade de Brasília.