Aqui jaz Catapique

17.3.10 | comentários: 0


Meu nome é Tatyane Macedo de Oliveira, mas meus amigos me chamam de Taty Macoli (mistura de “Mac” de Macedo com “Oli” de Oliveira), ou só Macoli, ou só Taty, ou Boy cabelo, ou Bonecão do posto... Dois dos meus irmãos, os mais novos, me chamam de Tatynha; já os dois mais velhos preferem me chamar de Troço Ruim, Bicho Azedo, Bruxa Do Quarto Ao Lado, Stanley Gaguinho (em referência ao filme Sexto sentido de M. Night Shyamalan). Já os meus pais, quando eu era bem pequena, me chamavam de “Piu”, segundo eles, porque eu era tão pequena quanto um pinto - aposto como agora você se sente bem com qualquer apelido que já tenham te colocado, hein?

Por falar nesses apelidos que tentam fazer você se sentir mal, eu tive um ótimo: Catapique! Catapique porque tive catapora quando tinha uns 10 anos. Passei uma semana sem ir à escola e um “amigo” me apelidou assim... Catapique lembra catapora, mas também tinha outro motivo... Na mesma semana que eu estive doente, outro coleguinha também esteve... Quando ele reapareceu, ele tinha marcas da maldita doença pelo corpo, mas eu tinha mais... eu tinha muito mais do que isso. Minha mãe, que não trabalhava na época e tinha pouco o que fazer, resolveu cortar meu cabelo... Sem técnica, tesoura adequada, ou amor pela filha, jogou minha franja pra cima e cortou... Agora fechem os olhos por alguns segundos e imaginem a pior foto do chitãozinho... Imaginou? Pronto eu fiquei pior. Muito pior! Então, meu amigo ficou conhecido como Catapora e eu como Catapique... “Catapique e Catapora” fomos a dupla sertaneja mirim mais anunciada durante um ano. Pensa que eu tenho trauma disso? Não mesmo! O menino apelidado era “mó gatxinho” e isso me aproximou dele. Nem acho ruim, aliás, faço questão de agradecer publicamente: obrigada, mãinha, por ter cortado o meu cabelo, mas não se iluda, porque você nunca, nunca ficará sozinha com o filho que um dia terei.

Deixe eu ver... ainda tenho mais apelidos... Na quinta série me chamavam de Japecanga, porque eu “nerd” irritante citei o município dentre os vários que a professora de geografia pediu numa gincana... Juro que para ganhar eu teria citado até o inexistente município de “Pêa Mole” e teria passado um ano sendo conhecida assim, orgulhosa, desde que ganhasse. Mas, graças a Deus e a minha avó, que nasceu em Japecanga, esse foi o que me veio a mente primeiro. Ah, por falar na minha avó, ela queria que eu me chamasse Daiane. Minha mãe não quis, mas até hoje isso pra ela não importa. Ela me chama de Daiane do mesmo jeito. Eu nem ligo, porque afinal estamos falando da avó que eu chamo de “mãe”. Por quê? Assim, eu era a única neta, ninguém me ensinou a chamá-la de “vó” e eu escutava um bando de gente chamando de mãe, então pensei que esse fosse o nome dela e assim ficou pra sempre. Essa avó teve sorte... A outra eu só escutava minha mãe chamando de “Dona Rosa”... Fiquei com “Dona Rosa” por um bom tempo... e Deus sabe o quanto eu sofri no período de adaptação para vovó, como eu a chamo hoje.

Por fim, acho que o último apelido que eu tenho é “Xuxu”, com “X” mesmo... Só quem me chama assim - e nem tentem seguir o mesmo caminho, Clever e Cleber - é Fernando Palhano que também faz parte do staff desse site. Esse apelido eu não vou explicar, porque é difícil de fazer isso... Mas, digamos que ele não foi inventado por mim, nem por Fernando... Isso se trata de mais um plano diabólico dos meus irmãos.

Tenho certeza que depois que você ler isso aqui não terá mais vergonha de nenhum apelido que já tenham te colocado. E acho também, que agora a gente se conhece um pouco mais. O que é muito necessário, já que nessa coluna eu vou jogar o que acontece nos bastidores desse site, mais as desgraças da minha vida. Nada mais justo que se criasse um pouco de intimidade entre a gente, não é mesmo?

Taty Macoli (ou qualquer um dos nomes acima).