O primeiro semestre não tem sido exatamente fácil para o Flamengo. Perdeu a taça Guanabara e a taça Rio para o Botafogo. Com essas duas derrotas, a chance do inédito tetra-campeonato estadual. A fase de grupos da Libertadores deveria ter sido tranquila. Não foi o que se viu. A classificação no torneio continental só veio após uma vitória complicada sobre o eliminado clube venezuelano do Caracas e de uma improvável combinação de resultados.
Após o jogo de quarta-feira, a diretoria tomou sua decisão: afastar o técnico campeão brasileiro, Andrade, e o vice-presidente de futebol, Marcos Braz. Apesar de tudo resolvido, o anúncio só seria feito hoje (23/04), após saber se haveria segunda fase para o clube ou não. Bem, veio a classificação. O que poderia acalmar os ânimos, acaba sendo o estopim de um novo movimento. E esse pode ser bem perigoso: os jogadores resolveram se posicionar contra as saídas anunciadas após o último jogo. Estivessem em Piratas do Caribe, isso seria chamado motim.
Não restam dúvidas de que a intenção da presidente Patrícia Amorim é a melhor. Profissionalizar o departamento de futebol do clube foi uma de suas promessas de campanha. Talvez tenha até demorado a acontecer. Porém a execução do plano tem tudo para ser um fiasco. Se não, vejamos: a perda do título "provincial" e a [provável] desclassificação na Libertadores, motivariam as mudanças. A probabilidade não se concretizou e, ainda que tropegamente, a classificação veio. A decisão de mudar e as razões para fazê-lo, porém, já estavam anunciadas. E perdeu força após os resultados.
E agora, Patrícia?
Ao que tudo indica, o nome de Hélio Ferraz, atual vice-presidente, será indicado interinamente para o futebol flamenguista. Celso Roth será o provável substituto de Andrade, embora também hajam rumores sobre Joel Santana e Muricy Ramalho. Mas o que deve preocupar os torcedores não são os nomes. Ao G1, um jogador que não quis se identificar afirmou que essa troca seria muito ruim, pois o grupo está fechado com Andrade e Braz. Como reagirão às mudanças faltando tão pouco tempo para partidas decisivas? Deixar o time sem comando, nesse momento, pode ser muito perigoso. O que os dirigentes flamenguistas talvez não tenham avaliado, é que, eles próprios, podem perder o controle. E, aí sim, o carnaval está feito.
Fico na torcida para que a situação se resolva sem traumas. É possível que seja apedrejado por aqui, mas na disputa entre brasileiros nas oitavas da Libertadores [o Fla enfrentará o Corinthians, que teve a melhor campanha da fase de grupos], me arrisco a palpitar que dá Flamengo. A vitória pode ser redentora e justificar todas as mudanças. A derrota pode desmoralizar a diretoria. E aí mora o problema.
E aí? Quem leva a melhor na queda de braço diretoria x jogadores?
Por Fernando Palhano (@realfpalhano)
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