Inquilino - White Collar ou da arte dos clichês bem sucedidos

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Agora sim o texto que ela nos enviou:


White Collar ou da arte dos clichês bem sucedidos


Séries policiais já são clichês por existência, e bem sucedidas na maioria das vezes. É por isso mesmo que existe uma quantidade absurda delas povoando grandes canais, ou até mesmo os canais mais obscuros que se arriscam no quase sempre lucrativo filão. E, dentre as estréias, temos a nem tão recente White Collar, do canal USA.

A história é simples: Neal Caffrey (Matthew Bomer), um ladrão charmoso que além dos belos olhos azuis, é muito inteligente e perspicaz, é chamado pelo FBI para ajudar a resolver crimes de “colarinho branco”, tudo isso na supervisão do agente Peter Burke (Tim DeKay) “machão, mas doce” que foi o único que conseguiu prender, duas vezes por sinal, o protagonista. A série muito se assemelha a “The Mentalist” da CBS, mas diferentemente dela, White Collar consegue lidar com os clichês de maneira bem sucedida.

Não é difícil perceber que ambas as séries trabalham com o mesmo público e também com a mesma estratégia para atingi-lo: protagonista charmoso em contraponto a um parceiro(a) “durão, mas com sentimentos”, e casos que exploram as características mais marcantes dos personagens. Então, você pergunta: qual a diferença entre uma e outra? E respondo: a dosagem dos clichês.


O fato é que falar que existem muitos clichês nas séries americanas já se tornou, em si, um clichê. Mas por que então eles continuam existindo, e por que em séries como White Collar eles são bem trabalhados, diferente de The Mentalist? Você pode sim ter um personagem charmoso que resolva tudo, mas qual será o limite da perfeição das capacidades do protagonista?

White Collar é recheado de dilemas internos do personagem principal, aliado ao bom gosto em sua vestimenta, boas tiradas, raciocínio rápido, soluções “macgyverianas” e tudo isso com muitas cenas em slow motion, ou seja, puro clichê, mas mesmo assim faz parecer natural, não necessariamente realista. Porém, isso não é requisito pra se fazer uma boa série.

O roteiro é bem construído, assim como os personagens que, apesar de serem um pouco previsíveis ainda sim cumprem a função de nos manter curiosos, destaque para o coadjuvante Mozzie interpretado pelo Willie Garson (Sex and the City).

O bacana da série é que, mesmo não podendo ser chamada de excepcional, nem memorável, ela cumpre a função de uma televisão voltada pro entretenimento do grande público, justificando o bom uso, diga-se de passagem, dos clichês. E fica a pergunta: qual o mal nisso?