
Subiu as escadas lentamente e isso não era usual. Uma sensação de que algo não estava bem e a vontade de parar o tempo. Menos de um minuto depois, ele entenderia que o sentimento era exatamente esse: o tempo poderia parar e viveria, indefinidamente, nesse estado de "o que virá depois?". Subiu o último batente e foi até a porta. A chave demorou mais para entrar na fechadura do que era costume. Girou. Duas voltas.
Uma lágrima lhe escorria e banhava a face.
Entrou e estranhou o silêncio que havia. Onde estavam os passos que ouviu, aparentemente, desde sempre? Não há o menor rastro de movimentos tão recentes. Sumiram com os seus discos que não estão mais nas prateleiras.
Na mesinha de centro, uma carta:
"Poderia ter sido você!
Mas não foi.
Paciência.
Da sua"
Encostou as costas na parede e se deixou cair. A lágrima havia se convertido em um choro desesperado.
Por Fernando Palhano (@realfpalhano)
comentários: 1
Adorei, primo! Pois é! quem em algum momento de sua vida não mergulhou num choro descompassado cujo motivo para tanto sofrimento alguns meses depois virou reticências? Sei lá, aquela velha auto-avaliação construtiva do tipo: bola pra frente! que se dane! às vezer recai em outro pensamento muito pior: É, eu realmente me danei!...Mas a VIDA CONTINUA! E só o tempo tranforma a cicatriz em tatuagem!!!!!!!!!!
BJOS A TODOS DA FÃ INTEGRALMENTE À POSTOS!
VANESSA OLIVEIRA(NEM PRECISA EXPLICAR NÉ! NÃO SOU A FAMOSA)
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