
Essa semana, ao ver um “twitt” de um colega de faculdade, lembrei que está próximo de completar dois anos que mudei de número de telefone. Irrelevante? Muito. Especialmente para você, caro leitor, que não tem meu número velho ou novo. Mas, o que me fez atentar para esse fato foi, na verdade, a quantidade de ligações da cidade de Fortaleza que vinha recebendo após a mudança de número.
E não. Eu não conheço ninguém que more em Fortaleza, ao menos ninguém que me ligaria com frequência. Mas, ainda assim, se não desligasse meu celular aos domingos pela manhã, há algum tempo, teria continuado a receber as incríveis ligações telefônicas perturbadoras do juízo alheio. E isso tudo é culpa de quem?
Jené. Maldita seja ela. Ou ele. Agora que percebo que esse tempo todo acordando com: “Jené? É você, Jené?” e não sei se Jené é macho ou fêmea. Gosto de pensar que se trata do animal de uma pessoa rica e que tem celular. Porque vamos combinar, Jené não é nome de ser humano... Mas, quem sou eu para falar dos nomes/ apelidos alheios, não mesmo? (Se não entendeu, leia isso).
Outra coisa que nunca perguntei: quem é que procura Jené? Para uma fã do Sir Arthur Conan Doyle eu tenho me saído uma péssima investigadora. Pensando bem, sei algo sim. É sempre a mesma pessoa que liga. O que é ridículo, porque é sempre a mesma pessoa que atende (eu) e eu sempre dou a mesma resposta: “não tem nenhuma Jené aqui” e o ser humano nunca parou de perturbar.
Agora que me ocorreu que Jené para mim é mulher, dado o “nenhuma”. E tenho que confessar que minto quando digo que sempre dei a mesma resposta. Nos dias de Fórmula 1, eu acordo cedo, por isso, eu geralmente sou mais simpática, afinal, já estava acordada mesmo . Já em dias em que eu fui dormir às 5h e a (o) cidadã/ cidadão me acorda e não I´m not a morning person as respostas são bem mal- educadas. Só não as descrevo aqui para não abusar da bondade do editor que não cortou uma palavra feia semana passada, mas que não pensaria duas vezes em cortar essa semana.
Também percebi agora que não consigo identificar o sexo de quem pergunta por Jené. Falha minha. Meu Jacob, me sinto uma máquina, uma secretária eletrônica incapaz de mudar meu texto, mesmo os raivosos. Como eu posso falar com essa pessoa por tanto tempo e saber tão pouco? Ridículo isso. Não sou de falar com tantos estranhos, mas aí já é demais. Eu tinha que saber algo mais, por isso, está decidido! Domingo de manhã meu celular estará ligado e eu, ansiosamente, esperarei a ligação de quem tanto procura Jené. Agora se você está lendo isso e tem meu telefone, por favor, não sacaneie a coleguinha aqui me ligando com um falso: “Jené?!”.
Por Taty Macoli
comentários: 0
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário blá, blá, blá