Hellblazer – Congelado

30.6.10 | comentários: 0
HellblazerCongelado é o primeiro encadernado da Constatine publicado pela Panini e traz um pouco da fase do mago inglês sob a batuta de Brian Azzarello. A edição reúne a história Morto e Enterrado e os arcos: Congelado e Almofadinhas e Ingleses.


A primeira mexe com a curiosidade do leitor, tem diálogos interessantes, mas não chega a ser genial. O que importa mesmo aqui é a arte de Steve Dillon, velho conhecido dos leitores de Hellblazer e Preacher. O arco que dá nome ao especial mostra algumas pessoas presas em um bar, devido a uma nevasca. O clima de suspense aumenta com a descoberta de um cadáver e a chegada de Constatine. Poderia ter sido uma ótima história, mas o autor perde o rumo e o final não é nada convincente, decepciona. A arte é do argentino Marcelo Frusin.

Almofadinhas e Ingleses mostra um pouco do passado de Constantine, quando ele era um jovem punk, integrante da banda Membrana Mucosa. O passado de Constatine sempre gera boas histórias e aqui temos mais um caso. Diversão garantida. Os desenhos são do experiente Guy Davis.

Mesmo longe de ser uma edição memorável, Congelado merece ser lida. Eis um exemplo do porquê:
- Você acredita no pós-vida, Constantine?
- Como assim? Quer dizer céu e inferno?
- é.
- Bom, eu to até o pescoço no inferno. Já o céu... Bom, ouvi boatos.
- É real. Na verdade, uma mulher, quando morreu, foi pro céu.
- É mesmo? Qual era o nome dela?
- Aah... Betty. É, Betty. Então Betty estava na porta do céu com São Pedro quando ouviu coisas tipo som de brocas e gente gritando.
- Continue.
- Daí ela perguntou a São Pedro: “que barulho todo é esse?” E ele respondeu que, quando você chega ao céu, eles têm que fazer furos nas suas costas pra colocar as asas, e um na cabeça pra auréola. Então ela disse: “Prefiro ir pro inferno”. E São Pedro explicou que no inferno ela seria sodomizada por toda a eternidade.
- Bom, pra isso ela já tinha buraco.
- Foi o que ela falou.

Você não vai encontrar um diálogo desses em nenhum gibi de super-heróis.

Por Fábio Dantas