Você pode ser o mais calmo dos seres humanos, mas quando se trata de jogos tudo muda. Conheço várias pessoas assim. Uns anjos na vida real. Verdadeiros santos, mas só precisam ouvir o corte do baralho, o barulho do giz desenhando a amarelinha que se transformam na pior versão do pazuzu.
Os sintomas do desespero quando a derrota se aproxima variam de respiração ofegante à veia do pescoço estufada, que saltita mais do que vampiro no filme Crepúsculo. Suas transformações são dignas do Benício Del Toro virando o Lobisomem. Mas tudo começa mesmo com as palavras. Feias palavras. Algumas não significam coisa alguma fora do contexto do jogo; outras, não significam coisa alguma em lugar algum. Relatarei agora as piores situações que presenciei quando participava de jogos, de azar para mim, de sorte para eles: os demônios.
A primeira aconteceu quando eu tinha apenas doze anos. Eu brincava de amarelinha (também conhecida como Cademia) com meus irmãos, André e Tiago, que na época tinham, respectivamente, sete e oito anos. André admitia a derrota sem grandes problemas, contudo, Tiago não parecia entender que eu era a mais velha e, por isso, era normal que eu vencesse com mais freqüência. É chegada a hora da minha última pedrinha ser jogada. Eu estava prestes conquistar o tão sonhado céu (Infame, eu sei). E é nesse momento que ele grita: Haimikinkouuuuuuu!!! e minha pedrinha cai no lugar errado. Quer saber o que é Haimikinkouuu? Eu também. Até hoje não sabemos de onde ele tirou essa palavra. Algum demônio deve ter soprado isso em seu ouvido.
Passou-se muito tempo até eu me deparar com outra situação demoníaca em jogos. Até que jogando Blitz (jogo de cartas) com uns amigos e um deles, Mateus, que nessa época quase nunca perdia, começava a se dar mal em uma partida. João Gabriel, que mal tinha aprendido as regras desse jogo, parecia estar ganhando pela primeira vez. Mas quando a veia de Mateus começa a agir ninguém segura. Ele virou o jogo, ganhou a partida e depois só o que escutamos foi o grito de João Gabriel dizendo: VIADXINHO!!!! Apesar disso ter acontecido em Natal, o que dizem é que em Brasília se pôde ouvir esse grito.
Depois de um tempo, o reinado de Mateus acabou e começou o de Myrianna. Ela que, quase nunca deixava alguém ganhar, obrigou Mateus e eu a formarmos o time do Ipatinga no Blitz. E daí surgiu o grito: Ipatinga’s Pride! Para quando um loser, underdog, azarão, ou como você quiser chamar o perdedor que consegue ganhar o jogo, uma vez que seja.
E para finalizar, temos meus irmãos gêmeos: Jessé e Mariana. Jessé que se acha o rei do mundo, toda vez que termina (e perde, ele sempre perde) uma partida de qualquer coisa, pronuncia as palavras: “eu sou inteligente minha irmã é que é burra”. Mesmo sendo ele o único a perder sempre.
Eu espero que vocês tirem o ódio do coração e parem de se transformar em demônios na hora dos jogos. Perder faz parte, minha gente... Ainda bem que eu nunca choro ou faço escândalos quando perco. Sigam meu exemplo.
Por Taty Macoli
comentários: 7
Atorei! É isso mesmo que acontece. Algo demoníaco toma conta da gente mesmo e nos transforma em monstros.
Vou tentar ser como vc, mas só no quesito aceitar perder, quando este for o caso huahuahauahuahua
Quero só dizer que até hoje sonho com João Gabriel gritando absurdamente alto: VIADXINHO! A única coisa que me consola nessas horas é me segurar ao Ipatinga's Pride e ter a certeza que não estou sozinho no mundo dos losers.
P.S.: Por ter me tirado do posto de vencedor eu falo sem medo pra Myrianna: Sua... VIADXINHA! :P
kkkkkkkkkkkkkkk
Bons tempos! Acho que perdi o jeito com o Blitz rsrsrsrs
Myri
auhauahauhauhau
pra quem não notou eu fui sarcástica, tá? Claro que eu me importo com a vitória e em breve ela será toda minha! Muahahhahahaha
O que posso fazer, se sou o mais inteligentes de todos nós, inclusive do que minha irmã gêmea. Vocês tem é muita sorte, porque o capeta (666' ta do lado de vocês PAOSKAPSOKA'
Jessé Dylan
até hoje eu não sei jogar esse tal de blitz,e taty sempre enchendo o saco pra gente jogar isso no intervalo entre um ônibus e outro...
eu sou doce, simpática e agradável... eu nunca encho o saco. =P hauahuahauhauu
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