Marcelo Tas concedeu entrevista ao site Congresso em Foco sobre o que irá acontecer no CQC durante esse período eleitoral. Para quem conhece o programa, sabe que em vários momentos os repórteres tiram "sarro" dos políticos e os colocam em verdadeiras saias justas.
É justamente neste ponto que o humor político, inteligente e quase único (digo quase, pois não vejo tanta tv aberta assim pra poder generalisar) dos carinhas do CQC vai ter que se adequar às regras do Tribunal Superior Eleitoral. Dentre outros pontos, a resolução 23.191/09 diz que nenhum meio de comunicação poderá fazer trucagens, montagens e/ou utilizar recursos que ridicularizem os candidatos. Digamos que é uma censura legalizada, não é mesmo?
Tas disse que o time de cartunistas do programa foi afastado das coberturas eleitorais para evitar problemas, mas que o programa não vai perder o foco de fazer uma crítica bem humorada sobre a política brasileira. Para isso, a band já está com o pessoal jurídico organizado para que nada saia em desacordo com a resolução do TSE nos programas que estão por vir.
Leia a opinião do apresentador logo abaixo:
"Nós somos o país do Angeli, do Chico Caruso, que são figuras atuantes nas eleições. Quantas vezes a gente não viu uma caricatura do Lula, dos generais na época da ditadura. Quantas vezes, eu mesmo, moleque, fui impactado pela caricatura de um general, isso durante a ditadura, veja você. Nesse período, os cartunistas podiam comentar, através da sua arte, a política. E agora, em plena democracia, eles não podem. Eu fico assombrado com essa falta de liberdade. Fico envergonhado como cidadão."
"A gente acredita que há forma, não de burlar a lei, mas de cobrir as eleições apostando na inteligência dos candidatos, dos partidos e evidentemente dos eleitores. Porque a gente acredita que o eleitor tem interesse, sim, na política. Ele não tem interesse é naquela política formal, amordaçada e controlada. O brasileiro tem interesse, sim, nos rumos da vida dele e da sociedade. É por isso que esse tipo de limitação, na minha visão, só prejudica mais a participação da sociedade. Esse tipo de regulamentação da legisalação eleitoral, na minha visão, afasta ainda mais aquele cara que já estava cansado daquela mesma conversa. O debate eleitoral pode ser equilibrado sem deixar de ser respeitoso. Isso é exatamente o que eu acredito que a gente faça no CQC, mesmo criticando os candidatos e partidos. A gente os trata com respeito. E a gente é, sobretudo, um veículo para que eles se comuniquem com uma fatia importante do eleitorado."
"Se eu não amarelei quando tava o [general João] Figueiredo lá de presidente, eu não posso amarelar agora quando ta lá um presidente, que pra mim, representa uma pessoa que era contra os generais. Eu não quero acreditar que agora, quando o Brasil passa por uma democracia, relativamente madura, a gente vai poder ter esse tipo de medo. Ou de repressão. E eu, veja bem, estou aqui reconhecendo a importância de regular os excessos. Da picaretagem, da malícia, da criação de fatos manipulados e mentirosos. Eu acho que isso tudo tem que ser punido. Como, aliás, já aconteceu em outras eleições. Os tais dossiês, os tais vídeos apócrifos. Agora, a liberdade de crítica e debate, ela não pode ser limitada."
Um absurdo! Em pleno século XXI, os políticos ainda tentam (e muitas vezes conseguem) impor limites e controlar o acesso a informações. Vamos prestar atenção nos votos para este ano, hein?
Mas, e você, o que acha desse tipo de regulamentação?
Escrito por Myrianna Coeli
comentários: 1
cristiano.cantor.te.amo
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário blá, blá, blá