Diário do Arcanjo

O correio chegou à minha casa na última sexta-feira. O livro já era esperado há muito tempo e eu tinha prazo pra terminar a leitura. Trata-se de ‘O Arcanjo Inconfidente’, romance de estreia de Benhur Bortolotto.

Uns dois anos atrás – talvez até um pouco antes disso – tive o prazer de ler o primeiro capítulo do livro ainda não finalizado. Fiquei preso por ele e gostaria de não ter parado ali. Ainda na primeira página, estampa-se uma imagem que dificilmente sairá da minha mente: desde que Ernesto Borin, seu primeiro amigo a ser levado pelo câncer, fora soterrado pela indiferença dos filhos travestida em terra vermelha e seca.

Estou escrevendo essa ‘crítica’ antes de completar a leitura. Falo, então, sobre as minhas expectativas. Benhur Bortolotto é extremamente hábil com as palavras. Na apresentação do livro, Vera Ione Molina fala sobre sua destreza com a linguagem, o uso de períodos longos e pontuação anticonvencional. Confesso que esse será o meu maior desafio nessa leitura. Já conhecendo a qualidade do autor, o desafio é encarado com mais prazer, certo de um final recompensador.

Acima de qualquer crítica, a publicação do romance é marcante. O mercado editorial brasileiro passa por uma crise que se arrasta por muito tempo. E sem dar mostras de que recuará. A Editora Movimento teve a ousada iniciativa de publicar um autor sem experiência de mercado anterior e com pouca idade. É necessário aplaudir essa iniciativa.

Pouco depois de me mostrar o primeiro capítulo do seu romance, Bortolotto me convidou para escrever sua [do autor] apresentação. O convite era, obviamente, impraticável por questões editoriais. Ainda assim, o escrevi e enviei esperando muito mais que o autor gostasse que qualquer outra coisa. Creio que ele gostou. Tanto que me enviou o livro com prazo de uma semana para leitura. Após isso, quer saber a minha opinião.

Sugiro, então, que você se junte a mim e leia “O Arcanjo Inconfidente”. Depois, diga ao autor o que achou. 

Para mais textos de Benhur Bortolotto, visite o seu blog.

Escrito por Fernando Palhano