Nossa vida é mesmo um sitcom. A gente só precisa de olhos clínicos para notar. Essa semana, por exemplo, me aconteceram duas que bem poderiam ter sido escritas por alguém e vistas por mim na TV.
[Talvez tenha sido isso mesmo]
Compartilho ambas com você nesse post:
1- A universidade em que eu estudo é um inferno em horário de começo e final de aulas. Todas as pessoas vão para a parada de ônibus ao mesmo tempo e esperam um maldito circular que, via de regra, anda superlotado. Nessa semana eu peguei um e ele não fugia à regra. Por puro reflexo e habilidade desenvolvidos ao longo de 10 anos de vida universitária, consegui pegar um lugar sentado. O banco ficava de costas para a parte da frente do ônibus, o que me deixava de frente para toda bizarrice que pudesse acontecer dentro dele.
Pouco depois, entra uma menina e para justo ao lado do meu banco. E ela era daquele tipo de pessoa que é expansiva, sabe como é? Taí duas coisas que não combinam: ônibus lotado e pessoas expansivas. Normalmente, eu não sou a melhor pessoa para sentar ao lado num ônibus. Num circular, não puxe conversa comigo [a não ser que tenhamos muita intimidade]. Ela puxou.
Depois de gritar pela janela para um amigo que estava do lado de fora algo como: 'olha a grávida'. Olhou pra mim, deu uma risada e disse: 'às vezes a gente tem que apelar pra entrar nesse ônibus. Outro dia, vim pra aula com uma bata bem folgada e, não hora de subir, falei: pessoal, cuidado com a grávida! O povo fastou da porta, me deixou subir, tudo numa boa. Hoje eu falei de novo'. Riu mais e continuou conversando: qual seu curso [por coincidência, ela faz o mesmo curso que eu], que disciplinas está fazendo, por que está cursando tão poucas...
Eu, que estive a ponto de dizer a ela que parasse de conversar porque a gente não era amigo, criei uma certa simpatia por ela. Na hora de sair, perguntei: 'vai usar o truque da grávida de novo?'. E ela me olhou com cara desconfiada: 'acho que não... ei, mas não conte a ninguém, viu?'
Pensando bem, nem simpatizei tanto assim! VINGANÇA! HAHAHAHAHAHA
2- Depois dessa cena comprida, a segunda é quase um drops: Fui com a sobrinha à padaria. Na hora de sair, dois rapazes sem camisa estavam sentados na calçada lanchando e a criança quase não entra no carro olhando para os dois. Eu, constrangido, a segurei pela mão para mostrar com mais firmeza [alô, Supernanny, eu vejo seu programa, beijos] o que ela tinha que fazer.
Finalmente, ela entrou no carro. Quando eu entrei, ela ainda olhava os dois pelo vidro fechado e solta essa pérola, com uma voz de espanto e admiração: titio, os homis tavam pelados!
Essa é minha sobrinha, me enchendo de orgulho, comentando a vida alheia com descrição desde os três anos de idade - hahahaha
Escrito por Fernando Palhano
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