Rubicon- 01X04- The Outsider

Certamente mais um ótimo episódio dessa nova aposta da AMC, que, dessa vez, está agradando não só a crítica. Ao contrário de Mad Men, Rubicon é também um sucesso de público. O que é bem justificável pelo tema. Um thriller de conspiração com um toque policial- considerando apenas a parte investigativa- é  bem  mais atrativo, sem desmercer Mad Men.

Esse quarto episódio foi  mais tenso do que os outros. Eu diria que ele girou em torno de um sentimento: o preconceito. Em um sentido mais amplo, claro. Os três funcionários de Will passaram horas lendo, investigando, discutindo sobre o destino de uma pessoa. E no final parecia que era só uma questão de dados. Aquela pessoa que poderia ser morta, ou não, era só mais um número. Decidir se ela deveria viver também parecia ser só matemática. Números e preconceitos. Aceitar que eliminando Kateb eles automaticamente estariam matando mais pessoas, crianças inclusive, foi  cruel.

Mais uma cena que reforçou esse elemento no roteiro foi o discurso da gravata. O que você está vestindo pode ser definido por tantos fatores: gosto, tempo, quem escolhe... E tudo que aquele desconhecido vai pensar de você quando lhe encontrar será baseado em aparências. Acredito que até a parte em que a mulher misteriosa aparece na janela do prédio vizinho ao de Will foi voltado para esse tema. Primeiro ela dar a entender que estaria interessada nele, ou ao menos sendo cordial, depois ela o ignora.

The Outsider é um episódio com uma narrativa não tão complexa como os que o antecedem, porém, ele deixa mais margem para reflexão. A frase batida “quanto vale uma vida?” foi repetida em vários momentos do capítulo sem que ela fosse nem pronunciada. Foi um questionamento interessante sem cair no melodrama e sem o tradicional final feliz, que costuma acompanhar essa pergunta no cinema.

Ainda há muitos questionamentos. Por que Spangler escolheu Will para essa viagem? David está realmente morto? E entre tantas perguntas eu já estava esquecendo de comentar o comportamento de Will, que às vezes parece ser tão "frio" que é preciso "forçar" para tentar ser menos rude. Admito que não entendi o porquê dessa dubiedade do personagem.

Por fim, a trilha continua excelente. Partiram para música clássica no início do episódio, que foi bem legal também. Combinou com o momento “fazendo café da manhã” do protagonista. E o tema principal, já conhecido nos outros episódios, marcou bem o drama da esposa que recentemente perdeu o marido e agora tenta descobrir o que há de tão errado nessa história.

Ah, e não se esqueçam que Rubicon é uma série bem interativa. Visitando o site da AMC você pode testar seus conhecimentos sobre esse quarto episódio, respondendo a um quiz bem interessante. Outra coisa bem legal de acompanhar é o blog da Maggie. A pobre Maggie, que parecer ser obrigada a vigiar seus colegas de trabalho, desabafa tudo em seu blog. Adoro essa interatividade da AMC.

Por Taty Macoli