Rubicon- 01X03- Keep the Ends Out

15.8.10 | comentários: 0
Personagens: Kale Ingram e Will Travers

Como começo a comentar a série do terceiro episódio me obrigo a dizer ao menos o que achei dos dois primeiros. Excelentes, claro, não tem como achar outra coisa. Até os comentários maldosos, que criticavam de forma "herege" a trilha sonora não conseguiram ir tão além disso. Rubicon é um thriller de conspiração inteligente e intrigante. O primeiro episódio foi bem interessante. Apresentou bem o protagonista e deu umas pinceladas em outros personagens. Logo percebi que essa é uma daquelas séries que conseguem dar atenção para personagens pequenos, como bem faziam Aaron Sorkin e Amy Sherman Palladino. Minha única observação negativa vai para o clima um tanto retrô demais da cenografia. Nada contra, mas se não fosse pelo 11 de setembro eu não teria percebido que a série se passa nos dias atuais. Mas isso incomoda bem pouco.

Uma das coisas mais legais no episódio piloto é como explicam o porquê de o Will, o protagonista, ser tão introspectivo. Cheguei a comentar algo assim no nosso podcast do filme A Origem. Em roteiros complexos e que exigem mais atenção e inteligência do espectador é normal que o roteirista use a saída mais fácil: fazer uma grande explicação com diálogos. Com imagens sempre ficaria  melhor, claro. Fica bem menos óbvio que aquele momento é só pra nos explicar tal acontecimento que será útil no futuro da trama. Mas se for fazer, que faça como em Rubicon, que aconteceu de forma casual entre uma conversa de funcionários e durou alguns segundos do episódio. No filme A Origem, por exemplo, essa explicação ficou bem cansativa.

O terceiro episódio é o melhor dos três. Não sei se porque eles estão melhorando, ou se porque o eu já estava mais familiarizada com a história. Uma das coisas que mais gostei foi a brincadeira sobre Ulysses S. Grant. Adoro quando séries com temáticas mais dramáticas colocam discussões bobas como alívio cômico. O cliffhanger foi interessante também. Momentos após descobrirmos que o perseguidor de Will era apenas alguém do seu próprio trabalho (que Jacob* é quem sabe classificar), mostra-se que ele continua sendo vigiado e que suas buscas sobre a suposta morte de David vão ter um preço.

A trilha sonora, nesse terceiro episódio, é ainda melhor. Como já conhecemos mais os personagens, há uma maior mudança de instrumentos. O tema é o mesmo e consegue pontuar bem a série. A trilha marca bem mais o suspense do que a iluminação, por exemplo. Mas vejo isso como aspecto positivo.

Troféu Raul Cortez** vai para a AMC que tem coragem em apostar em séries inteligentes e para o criador da série: Jason Horwitch. Não tenho para quem dar o Troféu Suzana Vieira**. Até agora nada me desagrada na série ao ponto de merecer tamanha ofensa.

*Praticamente Deus na série Lost, adotado por mim como ser supremo. =P
** Troféus, Troféis ou Trofé$- aqui quem decide o português é você- Suzana Vieira e Raul Cortez são nossos prêmios para os melhores e piores momentos nos seriados.