Quartas de Escurinho: Filmes de Sessão da Tarde

1.9.10 | comentários: 0
Essa semana em vez de indicar algum filme para VER, resolvi falar de alguns filmes que marcaram época e que vale muito apena REVER. Quem nunca fez o ‘dever de casa’ assistindo Sessão da Tarde? Sabe aqueles filmes que repetem 'trocentas' vezes e que você não consegue mudar de canal todas essas vezes que passam?!

Um dos filmes mais reprisados sem dúvidas é Edward mãos de tesoura (Edward Scissorhands, 1990). Filme que consagrou o ator Johnny Depp (Piratas do Caribe, 2003) e o diretor Tim Burton (Alice no país das maravilhas, 2010), conta a história de um humanóide não terminado por seu criador. O inventor morre no momento que iria substituir as lâminas afiadas que Edward tem no lugar das mãos. Essa estranha criatura vive em um castelo solitário até que surge no local uma vendedora da Avon, que resolve levá-lo para casa. Edward irá então descobrir as maravilhas do mundo exterior e experimentar dezenas de novas sensações, dentre elas, a de estar apaixonado. Inspirado em histórias clássicas como Frankensteín e O Patinho Feio, vale rever não apenas como um entretenimento qualquer, mas, sim, levando em consideração a crítica ao comportamento humano quanto à aceitação do ser diferente. O filme foi uma das primeiras parcerias entre Depp e Burton e recebeu uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Maquiagem, em 1991.


Outro filme que todo mundo, se não viu, ao menos já ouviu falar, é Ghost – do outro lado da vida (1990). Após ser assassinado, o espírito de Sam (Patrick Swayze) tenta ajudar sua esposa Molly (Demi Moore), que corre o risco de também ser morta por um amigo que é obcecado por ela. Para conseguir se comunicar com a esposa, ele conta com o auxílio de Oda Mae, uma médium que era charlatã e acaba descobrindo que realmente consegue se comunicar com espíritos ao ouvir Sam em uma de suas falsas sessões espíritas. Juntos, eles tentam alertar Molly do perigo que ela corre. O filme vai de cenas cômicas com Whoopi Goldberg no papel da trambiqueira a momentos emocionantes, com a abordagem da temática espírita e o questionamento da possível comunicação pós-morte. O filme concorreu ao Oscar de 1991 nas categorias: melhor filme, montagem, trilha sonora, atriz coadjuvante (Whoopi Goldberg) e roteiro original, vencendo nessas duas ultimas.

Saindo do drama e indo para algo mais leve, destaco também o filme O mentiroso (Liar, Liar, 1997). Estrelado por Jim Carrey (Todo Poderoso, 2003) que faz o papel de um falante advogado, habituado a mentir que, por causa do pedido de aniversário de seu filho, se vê forçado a falar somente a verdade nas próximas 24 horas. O filme consegue ir além das caras de bocas de Carrey. Ele consegue mostrar, de forma sutil, uma delicada relação entre pai e filho na visão não apenas do adulto, mas também na de uma criança.

Esses três filmes merecem destaque na coluna dessa semana não apenas por terem sido reprisado inúmeras vezes, mas por fazerem parte de uma lista de filmes que conseguiram abordar assuntos sérios de uma maneira bastante suave. Filmes que nos divertem e ao mesmo tempo nos levam a uma profunda reflexão sobre determinados aspectos recorrentes até os dias de hoje. O bom para colecionadores é que todos eles foram lançados em DVD com inúmeros extras. E aí? Que tal um ‘vale a pena ver de novo’ cinematográfico?

Por Jamaika Lima
@jamaikalima